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Comemora-se a festa de Santo Antônio Maria Claret, no dia 24 de outubro. Ele afirmava que: “Jesus Cristo, é o caminho, a verdade e a vida”.

 

Era um apaixonado por ele, por sua Palavra. Por isso, propôs-se a proclamá-la a todos os povos e de todas as maneiras possíveis. A imprensa foi seu maior empenho, apesar das dificuldades técnicas de sua época.

 

Na manhã de 25 de fevereiro de 1934, em Roma, por ocasião da beatificação do padre Claret, o papa Pio XI pronunciava estas palavras: “Temos um novo beato… apóstolo incansável… e organizador moderno… particularmente da imprensa… Havia compreendido o imenso valor dela. Para as máquinas modernas, para o livro, para o jornal, todos os sacrifícios eram poucos, segundo ele. E, mais ainda, era um escritor muito fecundo… É uma coisa especial, talvez única; o amor pela grande difusão, pelos opúsculos, pelos folhetos, pelas folhas volantes…; queria que a imprensa chegasse a todo lugar e a todas as pessoas” para anunciar esta verdade: Jesus Cristo.

Quem foi Claret?

 

Um tecelão de Sallent. Nasce nessa mesma cidade, Espanha, no ano de 1807, num lar humilde. Seu pai possui um modesto tear. Nele, trabalha o jovem Antônio que se torna um hábil operário. É, sobretudo, um cristão exemplar. Os pais dão o exemplo de fé firme e piedade, herdadas das antigas famílias espanholas. Aos cinco anos – conta em sua autobiografia – o problema da eternidade era uma profunda preocupação. Aqui começa sua santidade e seu zelo apostólico: “salvar a alma, salvar as almas”. Aos 22 anos, manifesta-se uma vocação, queria ser sacerdote, mas itinerante, apóstolo peregrino, missionário entre o povo.

 

No início, foi pároco em Viladrau, Espanha. Entretanto, parece que tinha brasas no peito e seus pés se moviam como asas. Não houve, em toda a Catalunha, caminho que ele não tivesse percorrido, naqueles primeiros sete anos de sacerdócio. Caminhava a pé, sob sol ou chuva, açoitado pelos ventos ou entre nevascas, por campos nevados, com humilde e única batina e um grosso e surrado capote. Em uma mão, uma vara dava-lhe firmeza aos passos; na outra, um grande lenço guardava alguma coisa para comer e umas poucas peças de roupa. Em seguida, a pregação inflamada e avassaladora, igrejas abarrotadas, conversões sem conta e multidões atrás dele.

 

Ativo propagador da fé

 

Nessa época, Antônio Maria Claret faz algumas fundações. Primeiramente, a Livraria Religiosa, em Barcelona. Queria inundar a Espanha de livros e folhetos para pessoas simples e para mentes cultas. Difundir a verdade de Deus em todos os estilos. No primeiro ano, edita 127 mil volumes. Nos oito meses seguintes, 200 mil. Depois, a cada ano, não baixava de meio milhão. Nos dezenove primeiros anos, alcançou a cifra de 9.569.800 exemplares. A maior parte distribuída pessoalmente e sempre de graça. Era um apaixonado pela divulgação religiosa.

 

Multiplicador de missionários

 

No dia 16 de julho de 1849, em Vic, Espanha, funda a Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria (Missionários Claretianos). Queria dar continuidade a essa obra apostólica, deixar herdeiros e apóstolos de sua profunda devoção ao Coração da Mãe de Deus. Hoje, a Congregação está presente em todo o mundo, 63 países dos cinco continentes.

 

Arcebispo de Cuba

 

Antônio Maria Claret, por obediência à Igreja, deixou a Espanha e veio para a América. Com carinho, cultivou esta “vinha jovem”, como gostava de chamá-la. Por sete anos, foi arcebispo de Santiago de Cuba. Sua caridade era imensa, principalmente com os pobres. Ele introduziu em Cuba as “Caixas de Poupança”; fundou também uma grande Casa de Beneficência, onde os internos aprendiam ofícios diversos; ali foi instalada uma Granja Modelo, para desenvolver vários projetos de agricultura. Para este fim, redigiu duas obras: Reflexões sobre a agricultura e As delícias do campo.

 

Confessor da rainha

 

Em 1857, Isabel II da Espanha, escolhe-o para ser o seu confessor. Cansada de tantas intrigas e decepcionada com tantas deslealdades, necessitava de alguém em quem pudesse confiar e com quem pudesse se aconselhar. Ninguém melhor do que um santo. Porém, para os políticos da época, esta escolha não lhes era conveniente, houve grande oposição. Isabel, entretanto, manteve-se firme. Claret exerceu o cargo com zelo e discrição. Soube falar à rainha com cristã liberdade. Não se meteu na política e orientou-a para que agisse de acordo com sua consciência. A Corte espanhola floresceu, então, em piedade e bons costumes. Na revolução de 1868, foi quase o único que acompanhou a “rainha do triste destino”, o desterro.

 

Este homem, que doou sua vida servindo a Deus e ao próximo, foi furiosamente odiado e perseguido. Não se compreende como os inimigos chegaram a tanto: sátiras de mau gosto, piadas grosseiras, irreverentes caricaturas, escritos e gravações pornográficas, agressões espalhadas por toda parte – artigos de jornais, versos e canções populares, textos claretianos maldosamente falsificados, rumores profusamente difundidos. Até caixas de fósforo serviam como veículo para toda essa maldade. Foi tanto o ódio, que acabou sendo desterrado para a França. Assim mesmo, não teve sossego. Ancião e muito doente, buscou refúgio na Abadia de Frontfroide.

 

Assim morreu Padre Claret, em terra estrangeira, longe da pátria, confortado com a presença e o carinho de seus filhos-irmãos de congregação, e a hospitalidade dos monges cistercienses. Sobre sua sepultura, como epitáfio, grafaram as conhecidas palavras do papa São Gregório VII: “Morro no desterro por ter amado a justiça e odiado a iniqüidade”.

 

Hoje, a generosidade de Claret resplandece em todos os lugares, ao ter sido canonizado por Pio XII, no dia 7 de maio de 1950.