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Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael (transferida do dia 29/09)

Primeira missa de Frei Douglas Paulo Machado

Domingo, dia do Senhor, dia da Ressurreição, a Páscoa semanal dos cristãos! Contemplamos o Senhor Ressuscitado que está no meio de nós. Nesta Eucaristia, já experimentamos a glória de Deus que, hoje, de uma maneira particular, se manifesta nos seus anjos: Miguel, Gabriel e Rafael.

Celebrar a festa dos Arcanjos não é simplesmente uma devoção, nem mesmo uma crença em seres espirituais e de luz, como outras denominações religiosas os entendem. A propósito, São Gregório Magno nos lembra que a palavra anjo não indica a natureza, mas a função, o ofício, o serviço de anunciar. Assim, anjos são aqueles que anunciam fatos menores e arcanjos são os portadores das grandes notícias na História da Salvação. Os nomes que os arcanjos recebem – Miguel, Gabriel e Rafael – expressam, pois, uma dimensão da ação poderosa e salvadora de Deus ao longo da História.

Assim, celebrar os arcanjos é reconhecer a bondade, o cuidado e o carinho que Deus tem para com seu povo. Miguel (Quem como Deus?) é o defensor dos amigos de Deus. É aquele que acompanha os justos e os defende em todas as adversidades e momentos de tentação. Gabriel (Força de Deus) é aquele que, dentre outras missões, foi o encarregado de anunciar a vinda do Messias e seu nascimento. Rafael (Deus cura), por sua vez, acompanhou e protegeu o jovem Tobias ao longo de sua viagem, trazendo também a cura ao seu pai.

O Evangelho deste domingo de festa nos coloca diante do chamado de Natanael. Jesus vai ao encontro daqueles que o procuravam, que viviam na expectativa da vinda do Messias. Jesus procura e se deixa procurar por Filipe e Natanael, permitindo um encontro tão forte e significativo que os transforma de procuradores em discípulos. Filipe tem um papel importante no chamado de Natanael, porque é através dele que vem o anúncio: “Encontramos!…”. Filipe, portanto, é o portador, o anunciador da Boa Notícia: “Encontramos aquele de quem Moisés falava! Encontramos o Senhor!” Filipe é um anjo que traz essa grande novidade. E depois o próprio Natanael, bem como todos os demais discípulos de Jesus, revestido do Espírito Santo, torna-se mensageiro e anunciador da Ressurreição. Converte-se, portanto, em anjo (ou será arcanjo?).

“… como Cristo amou sua Igreja e se entregou por ela.” (Ef 5,25) é o lema escolhido por Frei Douglas e que o orientará no seu ministério presbiteral. Frei Douglas abraça toda a Igreja num ato de amor, assim como o Cristo o fez. É um amor que aniquila-se a si mesmo, numa entrega incondicional e gratuita. É o amor e o serviço realizados no mistério da Cruz, testemunhado e anunciado por tantos homens e mulheres ao longo da História, verdadeiros anjos e profetas destemidos que também foram capazes de amar e morrer por sua Igreja, pelo Povo de Deus, assim como o Cristo o fez. Esta é a vocação e a missão de Frei Douglas: anunciar com a vida e a palavra o amor de Deus, em Jesus Cristo, pela Igreja, pelo seu povo, pela humanidade inteira. É também a vocação e a missão de todos nós: testemunhar com a vida e a palavra o encontro com Jesus Morto-Ressuscitado, em quem Deus manifesta toda a sua força e seu amor. É a vocação e a missão de toda a Igreja: ser anunciadora – ser anjo – da entrega e do amor de Jesus, que nós fazemos memória, celebramos e contemplamos, juntos com todos os anjos e arcanjos, nesta Eucaristia.

Que nós, alimentados pela força da Palavra e do Pão do Céu, sob a proteção e o amparo dos anjos, possamos progredir no caminho da salvação e ser seus fiéis mensageiros. Amém.